A importância do empreendedorismo feminino

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A importância do empreendedorismo feminino

As últimas décadas foram marcadas por lutas pela igualdade de gênero. As mulheres conquistaram independência e vêm ocupando espaços que, antes, eram exclusivos dos homens. Nesse cenário, o empreendedorismo feminino traz importantes contribuições para a sociedade.

Cada vez mais empresárias atuam no mercado. Porém, o mundo dos negócios ainda impõe obstáculos extras a elas. Hoje vamos conversar sobre alguns desses desafios.

Empreendedoras têm qualificação, mas faltam oportunidades

Existem aproximadamente 9,3 milhões de empreendedoras no Brasil, o que corresponde a 34% dos donos de um negócio no país. Os dados são do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

A proporção ainda baixa tem relação com nossa realidade sociocultural. Durante muito tempo, acreditava-se que lugar de mulher era em casa, preparando a comida e cuidando dos filhos. Para se ter uma ideia, a esposa que quisesse trabalhar fora precisava da autorização do marido. Essa regra valeu até 1962 – praticamente ontem, em termos históricos.

Desestimuladas a empreender, elas tiveram que correr atrás da máquina. E conseguiram bastante num período curto. Segundo o Sebrae, hoje a quantidade de empresárias consideradas chefes de domicílio chega a 45%, superando o número de mulheres que dependem do dinheiro do cônjuge. Isso significa que elas assumiram o protagonismo em seus lares, pois provém a principal fonte de renda da família.

O empreendedorismo feminino também se caracteriza pela qualificação. As donas de negócio têm escolaridade maior (16%). Além disso, apresentam taxas de inadimplência mais baixas (3,7% para elas contra 4,2% para eles).

Apesar dos índices promissores, ainda existem barreiras. Uma delas é, justamente, monetária. As empreendedoras tomam empréstimos menores e honram os compromissos financeiros com mais frequência, mas pagam juros altos por isso. Calcula-se que a taxa seja 3,5% superior aos juros cobrados dos homens, considerando-se o dinheiro fornecido a proprietários de pequenos empreendimentos.

Outro empecilho está em estabelecer uma rede de apoio. Como o empresariado sempre foi dominado por representantes do gênero masculino, a presença de uma moça nesse ambiente costuma ser vista com desconfiança. É como se ela fosse incapaz de atuar de igual para igual. Sem credibilidade junto aos pares, as mulheres têm mais dificuldade em formar um networking sólido.

Importância do empreendedorismo feminino para a sociedade

A principal vantagem do estímulo ao empreendedorismo feminino é a diminuição da desigualdade de gênero. Numa sociedade em que homens e mulheres têm direitos iguais, espera-se que todos assumam tarefas equivalentes. Da mesma forma que o pai tem capacidade de trocar fralda e preparar a papinha do bebê, a mãe pode atuar no comércio de bens e serviços.

Quanto mais pessoas estiverem envolvidas com um negócio próprio, mais a economia cresce. E não é necessário tomar a frente de uma grande indústria para isso. Pode ser um salão de beleza nos fundos de casa ou a venda de produtos artesanais na feira do bairro. Movimentos desse tipo geram emprego, elevam a renda média e melhoram a qualidade de vida das famílias.

No mais, mulheres empreendedoras atingem a independência financeira. Essa é uma importante etapa para quebrar possíveis ciclos de violência. Muitas donas de casa ainda se submetem aos abusos dos parceiros simplesmente porque não têm meios de se sustentar. Assim, dependem dos homens para comer, ter uma casa e dar educação aos filhos – mesmo que o custo para isso seja negligenciar as próprias vontades.

Dicas para mulheres que querem empreender

Como vimos, empreendedorismo feminino é mais que mulheres abrindo empresas. Trata-se de uma ferramenta de transformação social. Se você também quer fazer parte dessa mudança, confira algumas sugestões de como começar:

1. Estude o mercado

Um novo negócio surge para satisfazer uma demanda de mercado. Dito de outra forma, você deve entender quais são as necessidades do público, isto é, quais serviços ou produtos estão faltando em sua região. Escolha uma área de seu interesse e invista!

2. Planeje o seu negócio

Agora é hora de organizar o orçamento. Preveja os custos para adquirir materiais, instalar maquinário, contratar equipe, divulgar os serviços e fazer o que mais for preciso para entrar em operação. Lembre-se de pesquisar sobre impostos e enquadramento tributário.

3. Busque capacitação

Existem organizações que ajudam pequenas empreendedoras a tirar um projeto do papel. O próprio Sebrae oferece consultorias que dão ótimas dicas para quem está começando. Junto a isso, leia sobre administração, gestão de pessoas, marketing, finanças e vendas.

4. Faça networking

Sabe aquela história de que sozinhas vamos mais rápido, mas juntas vamos mais longe? Essa lógica se aplica perfeitamente ao empreendedorismo feminino. Conheça outras empresárias, em encontros presenciais ou em grupos pela internet, para fortalecer parcerias (elas poderão se tornar fornecedoras, clientes ou até mesmo sócias).

5. Procure uma linha de crédito

Se você não tem muito capital para investir, deve buscar uma linha de crédito compatível com seus ganhos.

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